1 - Qual foi seu primeiro contato com a tattoo?
Meu primeiro contato com tattoo foi como muitos outros, nas inofensivas bancas de jornais comprando todo tipo de aguia, serpentes e caveiras. Depois disso foi so com 17 anos, quando entrei de aprendiz em um estúdio de verdade.
2 - Quando e como se iniciou? Teve algum mentor (a)? Se sim, quem foi?
Como disse, meu primeiro contato real na tatuagem foi num estúdio aqui da tijuca chamado Leonardo Novaes. Depois disso abri meu próprio estúdio junto com meu primo.
3 - Em que ano começou a Tatuar efetivamente como profissional?
Eu considero mesmo 2008, porque foi quando fiz minha primeira tatuagem. O ano anterior, foi basicamente de estudo e aprendizado.
4 - Em que momento escolheu o Tradicional pra seguir?
Assim como hoje, naqueles anos ainda tinham muitas pessoas que levavam o tradicional como algo sem estudo, algo que pode ser tosco e você consegue usar como desculpa o tradicional. Depois de um tempo, tentando alguns outros estilos e procurando algumas soluções para o que eu queria, eu comecei a achar tatuadores com um traço tradicionais que me interessava.
5 - Algum estilo de musica "bandas" ou algum esporte ajudou você a entrar na tatuagem e tem lhe ajudado ate hoje na elaboração de seus trabalhos?
Não...não exatamente. Mas como qualquer arte, acho que a música é sempre muito presente e com muitas influencias.
6 - Principais referências nacionais e internacionais?
Hoje em dia vejo muito os trabalhos do Rafa Decraneo, Bara, Uncle Alan, Joe Ellis, Ivan Antonyshev, Alex Bage. Nacionais, rafael plaisant, Denys melo, rodrigo Salomao, oderus, Jessica O... Enfim, tantos que fico ate perdido. Mas não poderia deixar de citar tatuadores que me inspiraram tanto, mesmo alguns não sendo do estilo que eu me encaixo, que são: Bruno torres, Diego Moko, Dionel Orona, Renah bittencourt, Leandro Laranjeiras, Renato Dias, Leandrone, Leo Lavatori, Daniel Novais, Marcio Duarte, Mauro Nunes, Cacau Horihanna, Grime, Lango, Tim Biedron... Dá pra ficar um bom tempo falando sobre isso.
7 - O que acha da cena tradicional no BR e como acha que podemos melhorar?
Eu acho que muitas pessoas usam o tradicional como desculpa. Muitas vezes você vê um desenho tosco e sem estudo e o artista, se assim pode ser chamado, fala que é tradicional. Eu acho que não é porque alguns desenhos antigos não são tão bem estudados, que os atuais não podem ser. Claro que se você quer algo mais nessa pegada, crua ok, mas não precisa ser tosco nem mal feito. Sailor Jerry é um excelente exemplo disso, desenhos super bem feitos, bem acabados e atuais. Não é a toa que ainda é referência. Acho que um pouco mais de estudo e busca, você vai ver uma variedade enorme de artistas que fazem tradicionais, cada um no seu estilo e com trabalhos bonitos, armonicos e bem acabados.
Infelizmente eu não tenho como responder essa pergunta. Ainda não consegui me programar para uma viagem ao exterior, mas pelo o que eu acompanho parece ser um estilo muito mais presente devido a quantidade de trabalho diferenciado e estúdios que trabalham apenas com esse estilo.
9 - O que a tatuagem fez na sua vida no quesito profissional e pessoal?
A tatuagem fez muito pela minha vida pessoal, gracas à Deus. Sempre me botando em caminhos com bons profissionais, pessoas que puderam adicionar muito na minha vida e no meu dia à dia. No profissional eu não sei nem o que dizer, já que foi meu segundo "emprego", mas ela está sempre em mudança e adicionando cada dia uma coisa diferente.
10 - Como você vê os profissionais do ramo da tatuagem nos dias de hoje?
Em sua opinião a cena atual esta fraca?
Existem dificuldades de crescimento na area?
E por fim, você acha que está faltando algo para melhorar e fortalecer a união no geral?
Acho que hoje em dia esta ficando muito banalizado, ninguém mais parece se interessar pela tatuagem em si mas pelo status, pelo dinheiro, pelo estilo de vida. Os tatuadores que estão começando, não querem mais ir para um estúdio pra aprender, querem ir para pegar clientes. Ninguém mais quer começar de baixo, aprender como montar uma máquina, tintas boas, aplicação. Estudar os estilos, ver qual que você curte, qual você se encaixa... Não, já começam com estilos próprios e querendo rabiscar todos até a cara. Isso tudo enfraquece a cena, já que nenhum desses se preocupa em ao menos procurar saber quem é Maurício Teodoro ou qualquer um dos grandes tatuadores que nós temos ou se estão fazendo a coisa certa com o mínimo de ética.
Na minha opinião para melhorar e fortalecer cabe aos tatuadores se juntar (ou algum se prontificar) e promover mais encontros como o Good Moments ou a Orinal Tattoo Conference, (caso tenham algumas outras nesse estilo, peço desculpas pois não conheço) que são encontros de tatuadores feito por tatuadores PARA tatuadores. Um encontro voltado justamente para discutir tatuagem, ver tatuagem, aprender tatuagem sem nenhuma competição para julgar a arte.
11 - Acha que a desinformação sobre o estilo entre a população geral afeta diretamente o mercado?
Eu acho que sim. Aqui no Rio pelo menos ainda tem muita gente que não conhece muito o estilo, daí dificulta mesmo.
12 - Teria alguma historia ou situação que passou com algum cliente ou visitante no estúdio e que te marcou?
Tive vários momentos... Uma cobertura de cicatriz num braço de uma mulher que fez com que ela voltasse a usar manga curta. Uma senhora que fez o mickey pois ama a disney mais que tudo ou um simples nome de um filho que faleceu.
13 - Você já pensou em parar de tatuar, se sim por qual motivo?
Eu acho que quem aprende do jeito certo, quem vê isso como mais que uma profissão, mais que um estilo de vida ou qualquer outro motivo desses, não para não.
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