Sobre Dayanna Isis Gomes Lima




Meu nome é Dayanna Isis Gomes Lima, mais conhecida como Day Lima, tenho 25 anos (26 daqui uns dias), me formei em moda em 2013 e em 2014 comecei a tatuar.

1 - Como se iniciou na Tattoo?
Em 2013 fiz um tattoo de brincadeira num amigo, mas foi um ano depois que me formei em Moda depois de me decepcionar com o curso, em agosto de 2014 que eu realmente comecei a tatuar e me dedicar exclusivamente aos estudos da tatuagem. Comecei a tatuar na minha casa, especificamente no meu quarto, onde minha avó me emprestou dinheiro para comprar os equipamentos/materiais e meu pai me deu uma maca de presente.
As minhas primeiras tatuagens foram nos amigos que se dispuseram a ser cobaias e os desenhos tinham em torno de 8cm, eu chegava a demorar 5 horas para fazer uma tattoo hahaha.



2 - Teve algum (a) mentor (a) Se sim, quem é?
Não tive mentor infelizmente, tive apenas uma pequena ajuda na minha primeira tattoo e depois tive que seguir sozinha tatuando em casa.

3 - Em que ano começou a Tatuar efetivamente como profissional?
Esse ano completei três anos tatuando, mas posso dizer que profissionalmente tenho só dois anos, em 2015 fui tatuar na LP Tattoo e Piercing no bairro Padre Eustáquio onde permaneci por um ano e meio, antes disso tatuei uns 6 meses numa loja que era tudo menos um estúdio de tatuagem, não foi uma experiência boa e nem a considero como parte do meu currículo, já no final de 2016 fui convidada pelo mestre Alex Lazarini a compor sua equipe na Lazarini Tattoo Shop e é onde estou trabalhando atualmente.



4 - Em que momento escolheu o Tradicional pra seguir?
Eu sempre gostei de Tradicional, antes de começara a tatuar todas as minhas tattoos no meu corpo eram tradicionais e o que eu desenhava inspirado em tatuagem era tradicional, acho que nem foi uma escolha, porque eu nem pensei em outra opção hahahha. Hoje eu nem digo que meu trabalho é tradicional, mas é inspirado em tal. Gosto muito mesmo do estilo e tenho estudado cada vez mais!

5 - Principais referências nacionais e internacionais?
Atualmente minhas referências nacionais que fazem tradicional são: Haron Gomes, Bruna Yonashiro, Juliana Odett, Jessica Oliveira, Andre Albuquerque, Kamila Lin, Jotapê, entre outras... Já da galera que não faz tradicional eu gosto muito do trabalho da Alex Lazarini, do Maxwell Alves, Monique Pak, Marcio Duarte, Yara Floresta e por aí vai.
Quanto as minhas referências internacionais eu gosto muito da galera latino-americana: Diana Leets, Piranha, Kristian Gonzalez, Circe, Macarena Sepulveda e de outras partes: Bara, Rafa Decraneo, Joe Ellis, Florian Santus, Wolfspit,  Olivia Dawn, Rion, Moira Ramone, Tony Bluearms e vários outros.



6 - O que acha da cena tradicional no BR e como acha que podemos melhorar?
Eu acho que nós temos excelentes tatuadores aqui no Brasil, tatuadores criativos, com técnica e execução impecável, pena que o que eu vejo é que o público ainda não consome tanto a tatuagem tradicional, como aqui em Belo Horizonte mesmo, acho que só São Paulo o pessoal realmente consome em volume.

7 - O que a tatuagem fez na sua vida no quesito profissional e pessoal
O que eu mais considero como ganho dentro da tatuagem são as amizades, as pessoas e lugares que conheci e o conhecimento diverso que se ganha por entre pessoas e lugares!



8 - Como você vê os profissionais do ramo da tatuagem nos dias de hoje? Em sua opinião a cena atual esta fraca? Existem dificuldades de crescimento na aérea? E por fim, você acha que está faltando algo para melhorar e fortalecer a união no geral?
Eu sou da nova geração da tatuagem, tenho pouco tempo tatuando, mas estou inserida no meio desde os 14 anos, e o que eu vejo é que se você faz a tatuagem da moda você tá bem, se você não faz a tattoo da moda paga as contas em cima da data de vencimento, então ou você vai junto da correnteza ou insiste em ir no lado contrário e apostar no seu trabalho autoral.
Não acho que a cena esta fraca, tem muita gente entrando no mercado e que as vezes eu acho até preocupante quando muitas dessas pessoas não se preocupam com assepsia, estética, estudo, aprimoramento e com a ação do tempo na tatuagem, querem apenas o retorno financeiro. Acredito que além de paixão é preciso também empatia com o cliente!
No meu ver existe sim dificuldades de crescimento, mas se cinco portas te fecham, uma abre, além disso é não parar de estudar nunca e correr atrás do seu, acho que eu faço isso desde os meus 14 anos quando comecei a trabalhar, acredito que todo ramo tenha sua dificuldade
Já pra melhorar a união acho que a gente precisa se abrir e se dispor, porque quando se é compartilhado  ninguém perde, na verdade todo lado ganha, pois  todo conhecimento é válido!



9 - Acha que a desinformação sobre o estilo entre a população geral afeta diretamente o mercado?
Hummm, pode ser que sim. Sempre que eu vou tatuar uma pessoa que não conhece tradicional, apenas já viu e trata como um desenho mal feito, eu preciso explicar desde um pouco da sua história e trabalhar com concessões, pra que a pessoa me ceda a liberdade de trabalhar com o estilo que eu realmente gosto e acredito.

10 - Como e ser uma tatuadora numa cena aonde existe mais homens? 
Eu nunca tive problemas com os homens nos estúdios onde trabalhei, mas sinto falta de mais mulheres no ramo, os espaços precisam ser ocupados igualmente e se não se tem mais mulheres tatuando é pela falta de informação, onde antes só os homens tatuadores as detinham, aos poucos isso vem sendo revertido.

11 - Quais foram às situações que você passou, em relação a preconceito, machismo nesse ramo.
Felizmente eu nunca tive problema nos lugares onde trabalhei, eu sempre fui respeitada e ouvida pelos colegas e chefes, ao contrário de muitas colegas de profissão. O que já aconteceu comigo veio de cliente, de me associar à recepcionista do estúdio e não à tatuadora, e duvidarem da minha capacidade e qualidade do meu trabalho.



12 - Você já pensou em para de tatuar, se sim por qual motivo?
Todo dia! Pelo desgaste emocional que é lidar com cliente, com a pressão do mercado, o medo, a insegurança, o perfeccionismo, a dificuldade, a responsabilidade e posso citar diversos outros motivos. Amo tatuar, mas é desgastante fisicamente e emocionalmente!

13 – O que você gostaria de dizer para quem esta pensando em se tornar um tatuador (a)?
Não pense no retorno financeiro, estude, procure sempre ser melhor e tenha empatia.



14 - Deixe uma mensagem falando sobre o que a tatuagem tem te proporcionado no seu dia a dia e o que mais quiser para finalizar.
Como eu disse anteriormente, as amizades, as pessoas e lugares que conheço, todo e qualquer conhecimento que posso absorver e apesar de querer parar de tatuar todo dia, olhar pra trás e ver sua evolução é gratificante, além de perceber que você pode ser sempre melhor!

Dayanna pode ser encontrada no seguinte link